O Rio Araguaia


O Rio Araguaia (rio das araras ou papagaio manso , no dialeto Tupi, nasce em Goiás, nas formações elevadas existentes no Parque Nacional das Emas, reserva ecológica - área de proteção ambiental - situada na divisa dos estados de Goiás e Mato Grosso, próximo à cidade de Mineiros.

Pertence à bacia amazônica e, ao longo de mais de 2000 km de curso, marca a divisa dos estados de Mato Grosso e Goiás, Mato Grosso e Tocantins e, ainda, Pará e Tocantins, desaguando no Rio Tocantins, na tríplice divisa de Tocantins, Pará e Maranhão.

Em quase toda a extensão de seu curso, apresenta, no período que vai de maio a outubro, praias de areias brancas e limpas, o que, aliado a uma fauna e flora bastante rica em espécies e volume, vem despertando a atenção do turista e dos amantes da natureza no mundo inteiro. A atividade da pesca amadora reforça o poder de atração de toda a região.

O Araguaia pode ser navegado em grande parte de seu curso, o que levou a constituição de equipes de estudo para avaliar as possibilidades e viabilidade da construção de uma hidrovia interligando o Araguaia e o Tocantins.

À medida em que ganha velocidade o desenvolvimento tecnológico, trazendo conseqüências inúmeras, inclusive em um interior até aqui pouco tocado, assume proporções críticas o debate sobre como conviver com o meio-ambiente. Possivelmente seja aqui que, ações como a implantação, através do IBAMA, da Área de Proteção Ambiental Meandros do Rio Araguaia e do RAN - Centro de Conservação de Répteis e Anfibios assumam relevância singular.

O impacto ambiental passível de ser provocado por projetos necessários e úteis mas de futuro difícil de ser previsto é uma preocupação real e legítima. Interesses apoiados em cifras astronômicas não raro esbarram na consciência da responsabilidade da qual não podemos nos furtar, com relação às gerações que nos sucederão.

Mas o homem pode, e deve, conviver com todos esses tesouros e é nesse contexto que vemos no turismo ecológico consciente uma razão válida para a união de esforços que permita o aproveitamento de uma grande parte do potencial contido nessa imensa região.

Aos poucos, vem sendo criada uma infra-estrutura que favorece a atividade, já existindo diversos pontos turísticos com condições de receber bem, visitantes de qualquer parte do mundo. (Alvaro Coutinho, www.rioaraguaia.com.br)


As lendas e mitos aqui descritos, foram retirados do livro "Folclore do Araguaia" de Erotildes Milhomem e as fotos ilustradas são quadros criados pela autora, que estão expostos no Museu Histórico Cultural do Centro-Oeste. As lendas são relatos de velhos moradores da região, que ainda vivem na memória dos mato-grossenses do Leste e do Baixo Araguaia.


LENDAS

A Buiúna
É uma serpente de chifres que mora no rio e engole barcos e barqueiros. Ela tem aproximadamente 3 metros.

Mãe D'água
É a dona do rio, é uma mulher bonita e suas vestes tem o encanto do céu estrelado. Ela canta uma linda música que atrai os pescadores para dentro do rio. Para defender o seu tesouro no fundo do rio, a Mãe d'Água castiga e afoga os predadores do rio.

Mãe da Lua
É a protetora da floresta. Com seu cantar ela espanta os animais dos caçadores.

Boto Rosa
Quando as pessoas andam embarcadas pelo rio, nas moitas sobre as margens, sentem o perfume da flor-de-boto, e o Boto Rosa estará sempre por perto, fazendo suas piruetas.

O Caipora
Também conhecido por Curupira, é um fantasma. Às vezes aparece em forma de um velho corcunda, outras em forma de um menino pretinho, pulando e fumando seu cachimbo-caritó. Se diverte com as pessoas e fica dando risadas, que ecoam pelas matas, assombrando os caçadores.

Dragão Dourado
É um serpente muito grande que mora nos peraus do rio. Seus olhos verdes mostram o perigo estampado que ela representa para os botos e para qualquer vivente que atravessar o seu caminho. 

Nego D'água
É um menino pretinho que mora no rio. Sai da água e se senta nas pedras, nas margens do rio, prestando atenção para ver se vem alguma mulher sozinha na canoa. Se vem, ele fica alegre e, com seu sorriso maroto, começa a chamar o vento para alagar a canoa e matar a mulher.

O Paroém
É um lobo-homem. Ficou velho demais, não andava e não morria nunca. Então seus parentes o pegaram e o levaram mata adentro, largando-o lá. Ele ficou vagando pelas matas e dando gritos: os conhecidos gritos do Paroém. Com o passar do tempo ele foi se transformando, nas noites de lua cheia ele ataca com seus gritos temerosos.

Um comentário:

  1. Olá, Sandra!
    Interessantes essas lendas. Aliás, toda lenda tem o seu encanto, desperta curiosidade. Parabéns pelo trabalho.

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